Tenho certeza que eu não sobreviveria num apocalipse zumbi, eu acabaria com vários deles, estaria totalmente preparado, joguei Resident Evil, assisti The Walking Dead, mas com toda certeza eu morreria ajudando alguém que não merecia, burro.
O prólogo desse game tem uma das cenas mais marcantes que eu já vi, quem jogou sabe do que eu tô falando e o quão impactante ela é, impossível não escorrer suor nos olhos.
Só fui jogar The Last of Us em 2015, bastante tempo depois do lançamento, eu não tinha PS3, entrei na onda do Xbox 360, mas já tinha um tempo que eu não jogava nada. Foi uma época onde eu só estudava e trabalhava, me afastei um pouco dos games porque não sobrava muito tempo pra jogar, até que dois amigos do trabalho me convenceram a comprar o PS4, eu não queria, mas que bom que eu comprei, e o game que veio junto com o console foi The Last of Us.
Foi o primeiro game que zerei no PS4 e veio no momento certo, quando eu precisava de um tempo pra mim, pra esquecer um pouco da loucura que é a vida e aproveitar mais os momentos, acho que é por isso que esse game é tão especial pra mim. Como eu comentei aqui em algum lugar, as vezes não são os gráficos mais bonitos, a jogabilidade mais realista ou a maior nota no metacritic que tornam um game bom, as vezes a mensagem que ele passa, o momento em que você estava jogando ou o sentimento que o game transmite são muito mais importantes, esse game era um pouco de cada coisa.
Fazendo uma breve introdução, o game se passa num mundo pós apocalíptico onde um fungo chamado Cordyceps acabou com boa parte da população, esse fungo basicamente transforma a pessoa infectada em zumbi e inclusive existe, mas só ataca insetos. Nós acompanhamos a jornada de Joel e Ellie, um cara rabugento e uma adolescente pirracenta que gosta de piadas ruins.
Minha primeira impressão do Joel não foi das melhores, diversas vezes ele tomava decisões bem questionáveis que me fizeram não gostar muito do personagem, mas com o tempo eu fui aprendendo a gostar, fui entendendo algumas atitudes dele, ainda mais na situação em que ele estava e em como o mundo à sua volta estava. Eu entendi que não existe certo ou errado, mas sim sobreviver ou morrer, é a lei do mais forte.
Com a Ellie foi totalmente diferente, gostei muito dela desde o início, é a minha personagem favorita do game, ela é engraçada, esperta, corajosa. Ela nasceu durante a pandemia, então não conhece o mundo antes disso, ela não faz ideia de como eram as coisas antes, Ellie cresceu nas zonas de quarentena da FEDRA, tem muita coisa que ela aprende e conhece durante nossa jornada no game, é até estranho às vezes.
No começo, o game parece bem enjoativo, uma cena, matar uns zumbis, outra cena, matar uns humanos, mas ainda assim é bem divertido, a interação da Ellie com o Joel é bem legal, não lembra nem um pouco a interação Leon e Ashley no Resident Evil 4. Depois de algumas horas jogando você começa a se envolver com os personagens de um jeito diferente, de um jeito que nenhum outro game faz, de um jeito que você fica com medo de perder eles, de que algo aconteça com eles. Na minha humilde opinião, é isso que faz dos exclusivos PlayStation os melhores, o enredo e os personagens são muito marcantes.
Sobre a trilha sonora do game, gosto muito de anime e gosto muito de Naruto pelo fato da sua trilha sonora ser incrível, com aquelas músicas que te inspiram num momento, te deixa surpreso e casam muito com a cena, impossível não se emocionar ouvindo Sadness and Sorrow. Nos games a trilha sonora é ainda mais marcante porque nós como jogadores participamos ativamente dos eventos. Com The Last of Us não é diferente, eu ouvia aquela música em todo lugar, às vezes até dormindo eu podia ouvir, eu só queria dizer que Gustavo Santaolalla é um gênio, comecei até a aprender a música no violão.
Cara, tudo é muito marcante nesse game, hoje é simplesmente impossível falar em PlayStation sem falar de The Last of Us.
Aproveitando para falar um pouco sobre a série, bem brevemente, porque esse não é o foco, eu gostei muito, eu assistia com a minha irmã toda semana depois das 23h, ficávamos aguardando sair o episódio, atualizando a página até começar. Gostei muito dos episódios, só aquele do Bill que é sim muito bom, bem emocionante, mas aquele não é o Bill, mudaram muito o personagem, deram outra personalidade para ele, acho que não precisava, o personagem do game já é muito bom, mesmo não aparecendo tanto.
Foi muito bom voltar a jogar vídeo game, voltar com esse game foi melhor ainda, ele te faz pensar no quanto um game pode impactar sua vida, como um personagem que não existe pode te fazer gostar tanto dele, como uma história fictícia pode te fazer pensar tanto sobre o que é certo ou errado, como a gente pode gostar tanto de um personagem que fez tanta coisa ruim, é um game que me fez repensar meu próprio caráter, a minha ética, o meu senso de justiça.
Claro que The Last of Us não é um game perfeito, ele tem seus problemas, tem seus momentos chatos, como mencionei antes, pode ser um pouco enjoativo, mas ele é e sempre será um dos meus games favoritos, por tudo que ele representa e pelo momento em que joguei, obrigado Naughty Dog.
Isso não é uma análise, eu nem platinei o game, mas zerei umas quatro vezes, essa é só a minha jornada com The Last of Us. Logo vem o The Last of Us Parte 2.